sexta-feira, 20 de março de 2009

Chama

Era a fria escuridão
Em plena chuva de verão
Uma noite sem estrelas
Em meio as luzes da cidade
Era um choro abafado
Era um sorriso amargo
Um breve canto do passado
Um lindo grito de liberdade
Me liberte, óh chama que me prende
Me faça nunca mais amar te
Pois nessa canção trêmula
Não há nada que mais amargue
Me liberte, óh chama que me queima
E me faça querer outra mulher
Que seja capaz de me amar
A hora que eu quiser

Maldita chama, me escute
Não vá queimar outro rapaz
Por mais que hoje eu lute
Meu coração já não tem paz
E os gritos que ecoam
Ecoam cada vez mais
E é seu nome que eles chamam
E tu não respondes, jamais

Bendita chama, que me queima
Escute agora meu clamor
Não se afste pr'a mui longe
Mas me dê o seu calor
Pois a cada segundo que se passa
Eu vejo a vida que se esvai
E a cada chuva que me cai
Vejo de mim você fugir

Malditas horas infernais
Maldito canto de dor
Por que me afastas dos elisios campos,
Se em meu peito só trago amor?

Maldito dia, que a mim surgistes
De julho trinta dias
Anos dois mil, oitavo ano
Maldita vida, a ser vivida
Ainda que aos prantos
desse maldito canto

Malditas paredes desse quarto, que me prendem
Maldita rima, maldita canção
Maldito fim que nunca chega
Para cerrar a solidão
Pois ainda que em meio a muitas mulheres
Meu corpo só quer o seu
E não entende a fuga de seu corpo
Se ele só quer o meu

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